A Mieloencefalite Protozoária Equina, mais conhecida como Bambeira, é uma doença causada pelo protozoário Neurona Sarcocystis. Essa doença tinha um diagnóstico muito difícil, mas com pesquisas …
e convívio, os pesquisadores começaram a entender melhor o funcionamento dessa patologia, mesmo assim é muito confundida com outras patologias.
A Bambeira afeta o sistema nervoso central do cavalo. O protozoário que é sua causadora, ele tem um ciclo de vida muito peculiar, primeiro se instalando e infectando diversas aves, terminando seu ciclo nos animais considerados seus hospedeiros, os gambás.
O gambá através das fezes elimina ovos na forma de oocitos que são ingeridos por hospedeiros intermediários como tatu, doninha, gato, e é nos músculos desses animais que o protozoário irá se desenvolver, se transformando finalmente em Sarcocystis. No cavalo a contaminação se dá através da ingestão de “fezes contaminadas” do solo durante a pastagem, os esporocistos infectados (oocitos) migram para a luz intestinal do equino entrando na corrente sanguínea e por essa via podem chegar a atacar o sistema nervoso central (originando a Bambeira).
A intensidade dessa doença depende de onde o protozoário se instalar (na medula, ou no cérebro), e os sintomas nem sempre surgem em ambos os lados do animal, no começo os sinais são muitos sutis, causando “manqueira”, fraqueza, incoordenação, dificuldade para se manter em pé. Na maioria dos casos, observamos perda de peso, atrofia de músculos na região do glúteo e da espádua dorsal (de maneira assimétrica), e paralisia de nervos faciais (o que causa dificuldade de deglutição com relaxamento e queda do lábio e da pálpebra). Alguns animais podem apresentar cegueira e “balançamento” constante da cabeça.Antes a taxa de mortalidade com essa doença era quase 100 por cento, hoje em dia com o fácil diagnóstico e um tratamento muito eficaz, conseguimos curar quase todos os casos de animais com essa doença.
O exame clínico em casos de Bambeira é muito importante para o diagnóstico da doença, pois a presença de uma claudicação (“manqueira”) que não corresponde a um tratamento pode ser um índice da doença, mas para confirmar a suspeita tem que ser feita a coleta do Liquor, exame “Western Blot”, que é um exame caro e precisa-se mandar o Liquor para ser analisado fora do país, devido a isso muitos veterinários começam o tratamento para bambeira e usam o diagnóstico terapêutico, se o animal apresentar uma melhora, pode-se continuar o tratando. Junto com o diagnóstico descrito acima, é necessário fazer um diagnóstico diferencial, com o estreitamento do canal medular.
Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, melhor vai ser o tratamento e a prevenção, porém infelizmente o cavalo pode ter sequelas e sofrer os danos permanentes. O tratamento mais eficaz hoje em dia á o uso oral de antibiótico específico para a patologia, mas junto com isso algumas pessoas buscam um acompanhamento adicional atrais de outras formas de terapia, tais como acupuntura e homeopatia. O tratamento pode ser um processo longo que inclua a administração dos medicamentos por diversas semanas ou meses. Com o tratamento agressivo e rápido, podemos dizer que 60-70% dos cavalos apresentam uma recuperação significativa ou completa.
Prevenção
Prevenir essa patologia é muito difícil, proprietários podem fazer exames necessários para reduzir a exposição de um animal ao protozoário. Os gambás mantêm diversos locais de ninho, incluindo árvores ocas e tocas, geralmente perto das florestas. Os proprietários, donos de hípicas, haras (lugares onde existe uma concentração grande de equinos) devem:
- remover os gambás dos pastos e das florestas
• tentar evitar a exposição e o contato dos cavalos às fezes do gambá
• tirar os gambás dos locais onde armazenam feno e ração
CURIOSIDADE: Hoje em dia existe uma vacina para bambeira que foi desenvolvida. A eficácia da vacina não foi estabelecida. Atualmente, está disponível somente nos EUA sob uma licença condicional.
POR **CAROL!!!… PEREIRA
Médica Veterinária