Ícone do site Notícias antigas, arquivo até 2019

Cavalo Crioulo

Cavalo Crioulo

Anteriormente, o cavalo Crioulo era considerado apenas ideal para lidas de campo. O gaúcho desejava cavalos adequados para rodeio, animais que na apartação alcançassem rapidamente o bezerro e que fossem rústicos e dóceis.

Com a criação da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos em 1932, a raça passou a ser mais valorizada, ocorrendo alterações nos critérios desejados e tornando-a mais autêntica. Passou-se a expor os cavalos Crioulos como objetos de arte. Com o aproveitamento de animais típicos Crioulos existentes no Brasil e com importações do Uruguai e Argentina, o Cavalo Crioulo Brasileiro passou a se definir como raça pura sem interferência de sangues estranhos (Pons, 1993).

Fonte: Informativo equestre, veja a matéria original…

O cavalo Crioulo tem sua origem na América do Sul, sendo os conquistadores espanhóis responsáveis pela introdução dos cavalos no continente americano, no século XVI. Estabelecidos na América, principalmente Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru e sul do Brasil, sendo a maioria descente de Berbere e cavalos oriundos da Península Ibérica, os cavalos Crioulos sofreram seleção natural por quatro séculos de adaptação ao meio, dando aos cavalos espanhóis caracteres próprios de rusticidade e resistência (Solanet, 1946).

Conhecido como “o pequeno grande cavalo das Américas”, o cavalo Crioulo é um equino caracterizado pela silhueta harmônica e pelo equilíbrio perfeito (ABCCC, 2014).

O padrão da raça aprovado e estabelecido na IV Reunião Interamericana de Criadores de Cavalos Crioulos, retificada posteriormente pelas Associações do Brasil, Chile e Uruguai segue os seguintes aspectos: É um tipo de cavalo muito musculoso, modelado em força, porém ágil e rápido em seus movimentos; Tamanho ideal de 1, 44m, com variações máximas entre 1,38 e 1,50m; Cabeça exteriorizando a tipicidade racial, proporcionalidade e perfeita união ao pescoço, orelhas pequenas, olhos expressivos e narinas dilatadas; Pescoço leve com comprimento médio e correta distribuição muscular, convexo no bordo superior e retilíneo no bordo inferior; Tórax com bom perímetro (ideal de 1,78m) e razoável arqueamento de costelas; Lombo firme com correta união a garupa, proporcionando firmeza e resistência; Garupa forte e musculosa de mediada inclinação; Estrutura óssea forte  e consistente, com aprumos corretos; Cola inserida continuamente na linha superior, com pêlos grossos e em abundância; Cascos preferencialmente pretos, proporcionais à estrutura morfológica (Dowdall, 1987).

São admitidas todas as pelagens e particularidades. Somente não são aceitas as pelagens pintada e albina total. Sua pelagem dominante é a gateada (amarelada com uma listra negra sobre o lombo), seguida de moura (acinzentado, com reflexos azulados), rosilha (pêlos avermelhados e brancos, com tom rosáceo), alazã (pelos vermelhos uniformes), zaina (marrom escurecido com crina e partes escuras), escuros e tordilhos (pêlos negros sobre brancos ou vice-versa) (Torres & Jardim, 1985).igura 2: Pelagens – (A) Gateada, (B) Moura, (C) Rosilha, (D) Alazã, (E) Zaina e (F) Tordilho (http://www.cavalocrioulo.org.br/studbook/pelagens).

É um ótimo cavalo para lida no campo, devido à sua significativa resistência e longevidade, vivendo em condições climáticas extremas com o mínimo de alimentação. O cavalo Crioulo pode ser utilizado para provas do tipo campereada, chasque (avalia a recuperação do animal em diversos percursos), paleteadas (condução de uma rês por dois cavaleiros que devem passar por diversas porteiras em percurso predeterminado), enduro (30 a 80km), marcha de resistência (750km) e, a principal delas, o freio de ouro, que avalia morfologicamente e funcionalmente os animais (Cintra, 2014).

A prova de Freio de Ouro, competição máxima pela Raça Crioula, é realizada anualmente na Exposição Internacional de Esteio (EXPOINTER).

São mais de 400 mil animais (ABCCC) distribuídos no território nacional, utilizados tanto para pecuário quanto para esportes, tendenciado a aumentar esse número, devido ao estímulo da ABCCC para expansão das atividades da raça.

Texto por: Maria Eugênia Gaya Maçaneiro, 9° período Zootecnia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Edição e Revisão: Deivisson Aguiar, Médico Veterinário 1569.

REFERÊNCIAS

ABCCC. Stud Book (2014). Disponível em: <http://www.cavalocrioulo.org.br/studbook> Acesso em 29/04/2017.

CINTRA, A. G. C. O cavalo: características, manejo e alimentação. São Paulo: Roca, 2014.

DOWDALL, R. C. Criando criollos. 3° ed. Montevideo: Editorial Hemisfério Sur S.S.; 1987. 409p.

PONS, D.S. O cavalo Crioulo: seis décadas de experiências. Guaíba; Agropecuária, 1993. 143p.

SOLANET, E. Tratado de hipotecnia. Buenos Aires: Ed. Morata, 1946. 401p.

TORRES, A. D. P. & JARDIM, W. R. Criação do Cavalo e de Outros Equinos. ed. 3, São Paulo: Nobel, 1985.

Sair da versão mobile