André Parro, Luciano Drubi, Vinicius Albano Almeida Leal e Luis Fernando Varanda formam o Time Brasil a postos no Sul-Americano 2018, em Buenos Aires.
Ao final da quarentena e treinamento no Clube Hípico de Santo Amaro, membros da equipe falaram de suas carreiras e expectativas.
Essa semana, entre 18 e 21/10, o Time Brasil de Concurso Completo de Equitação (CCE) disputa o Campeonato Sul-Americano 2018 – CCIO2* – no Campo de Mayo, no Club Hípico Militar San Jorge, em Buenos Aires. As três primeiras equipes garantem vaga de seus países nos Jogos Pan-americanos 2019 em Lima, no Peru,por sua vez classificatórios para os Jogos Olímpicos 2020.
O Brasil será representado pelo cavaleiro olímpico e medalhista pan-americano André Parro que vai escolher entre suas montarias CDC Superstar ou Belladona B para integrar a equipe, Luciano Drubi, também medalhista pan-americano, com Riviera Lu, o capitão Vinicius Albano Almeida Leal com Oportuno do Rincão e o tenente Luis Fernando de Oliveira Varanda apresentando Oneron do Rincão, ambos do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, Brasília (DF).
Antes da viagem dos cavalos para Argentina, atendendo às exigências sanitárias do país anfitrião, todos cumpriram duas semanas e meia de quarenta no Clube Hípico de Santo Amaro (SP). Os integrantes das equipes André, Luciano, tenente Varanda, exceto o capitão Albano que estava em viagem, concederam entrevista à Confederação Brasileira de Hipismo antes da partida para Argentina.
Expectativas dos membros da equipe
Luciano Drubi, 51, natural de Colina, capital do cavalo no interior paulista, disputa seu terceiro Sul-americano. “No Chile em 1991 fui prata individual e ouro por equipes. Na Argentina em 1994 integrei a equipe medalha de ouro”, lembra Luciano, ouro por equipes no Pan 1999 em Winnipeg no Canadá e ouro no Pan 1995, em Mar de Plata, quando também foi 4º individual.
Luciano vai competir com Riviera Lou, de 9 anos, neta de sua égua Chilena, com a qual garantiu seus principais títulos. “Eu crio de dois a quatro potros por ano e somente cavalos de minha criação”, conta o cavaleiro. A gente tá se preparando e se preparou o melhor possível. Acredito que temos condições de nos apresentar bem e classificar o time para o Pan 2019.
André Parro, 41, também natural Colina onde tem um centro de treinamento, competiu em três Sul-americanos 1998/2001/2014, duas Olimpíadas 2000 e 2014, além do Pan 2007 no Rio de Janeiro. “No Chile em 1998 fui prata individual e por equipes. Já em Lagoa Santa 2001, a equipe foi ouro e eu bronze individual. Em Barretos, interior paulista, em 2014, o Brasil foi ouro por equipes e eu 5º individual. Então agora vou para o meu quarto Sul-americano”, lembra André, que também integrou a equipe medalha de bronze no Pan Rio 2007.
“Tanto nas Olimpíadas 2004 e 2008 como no Pan 2017 competi com a Landheir do Feroleto, única BH a completar dois Jogos Olímpicos na modalidade. Ela, sem dúvida, foi um ícone no esporte”, lembra André, irmão do também olímpico Carlos Parro, 39, o Cacá, integrante do Time Brasil na Rio 2016, radicado na Inglaterra há 15 anos. “Eu e Cacá já disputamos Sul-Americanos, Pan-americano e Mundial juntos, somente em Olimpíadas ainda não “, comenta André, que também compete esporadicamente na Europa. “A gente precisa se manter bem atualizado, senão fica para trás”, coloca o cavaleiro, que também atua como técnico e course-designer. “Tenho muitos alunos. Na Rio 2016, meu aluno Carlos Lobos, da equipe do Chile, ficou em 29º lugar. Também já fui treinador da Colômbia no Pan e trabalho com o pessoal de Honduras”, revela André, que comentou a situação de treinadores brasileiros de CCE.
“O hipismo de maneira geral tem tradição mais europeia. No salto já tem cavaleiros mais velhos bem-sucedidos e hoje são técnicos. No CCE acho que a melhor geração que tivemos é a nossa. Comecei junto com Luciano, só que ainda estamos na ativa. Então ainda não temos aquelas pessoas que poderiam ser os grandes técnicos”, pondera André, que também tem uma pequena criação. “Uma das éguas que estou montando, a Superstar, de 9 anos é de criação nacional, filha de Baloubet. A outra Belladonna B, de 10 anos, veio de Holanda. As duas vão competir no Sul-americano e na véspera escolho com qual integrarei a equipe.”
Luiz Varanda, 34, é o mais jovem integrante da equipe e fará sua estreia em Jogos Sul-Americanos. “Comecei a montar com sete anos, fazia salto, fui aluno do José Cabral e também cheguei a integrar equipes brasileiras de enduro. Mas no CCE eu comecei há somente três anos. Me formei médico veterinário e trabalho no Exército e por incentivo do capitão Albano, que é meu técnico, voltei a montar e comecei a competir no CCE. Vou competir com Oneron do Rincão, de propriedade do exército, que vai completar 10 anos no final do ano”, contou Varanda, que acompanhou os cavalos na longa viagem de caminhão até Buenos Aires, que teve três paradas para pernoitar.
O capitão Albano, 36, vai competir com Oportuno do Rincão, de 9 anos. Encerrando a entrevista, André Parro comentou as chances brasileiras. “A equipe é boa. Por conta do histórico, o Brasil é favorito, mas é difícil dizer quem ganha, só um vence. De qualquer forma temos condições de fazer um bom papel e garantir a vaga no Pan. Nossos adversários são a Argentina, Chile, Uruguai, Equador e talvez o Peru também, essas são as equipes que devem participar”, pondera André. “Aproveito para agradecer a diretoria do Clube Hípico de Santo Amaro, onde nos sentimos em casa e também à CBH pelo apoio.”
Agenda em 18/10 acontece a inspeção veterinária. Em 19/10, o adestramento abre a competição. Sábado, 20/10, é dia do cross country e no domingo, 21/10, tem decisão do pódio individual e por equipes com prova de salto.
Imprensa CBH Carola May e Rute Araújo