Bambeira – A Mieloencefalite protozoária equina

Mieloencefalite Protozoária Equina (MEP) Bambeira
Mieloencefalite Protozoária Equina (MEP) Bambeira

É uma doença neurológica, causada pelo protozoário Sarcocystis neurona.

Essa enfermidade ocasiona distúrbios na coordenação motora decorrente da diminuição da propriocepção e da fraqueza muscular, alguns casos mais graves da doença pode ocorrer também atrofia muscular e paralisia dos nervos.

Fonte: Escola do Cavalo

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O hospedeiro definitivo da doença é o gambá (Didelphis virginiana; Didelphis albiventris) e os equinos hospedeiros erráticos (aberrantes) pois, não são capazes de transmitir a doença a outros equinos ou até mesmo aos gambás.

A patogenia da EPM não está bem esclarecida, pois o conhecimento sobre o ciclo de vida do protozoário transmissor permanece incompleto. Os gambás são os hospedeiros definitivos, mas não se observa doença clínica nestes animais e os hospedeiros intermediários permanecem desconhecidos.

Há muitos relatos da doença no Brasil, a mieloencefalite protozoária é diagnosticada na principal suspeita clínica de cavalos com falhas na coordenação motora.

Quais são os fatores de risco?

Os principais fatores de risco para desenvolver a EPM são:

-Idade;

-Proximidade geográfica com o hospedeiro definitivo (gambás);

-Fatores sazonais;

-Estresse do animal e exercícios físicos em excesso que causam a supressão da resposta imune, fazendo com que o risco de contrair a doença seja elevado.

Como ocorre a contaminação?

A contaminação dos cavalos ocorre através da ingestão de feno, água ou alimentos contendo esporocistos infectantes do protozoário Sarcocystis neurona, que o gambá infectado elimina nas fezes.  Os pássaros também podem ser disseminadores mecânicos ao ingerirem fezes do gambá contaminados com esporocistos.

Como a EPM se manifesta?

A principal manifestação da doença é com a incoordenação motora assimétrica, podendo em alguns equinos ser acompanhada de atrofia muscular focal. Habitualmente os sinais clínicos são resultado da infecção na medula espinhal, sendo observada a diminuição proprioceptiva e paresia, geralmente mais graves nos membros posteriores, sendo a intensidade dos sinais decorrente da severidade da lesão na medula espinhal.

Os equinos, durante os exames, geralmente apresentam-se alertas e responsivos.  Os sinais clínicos da infecção podem ser observados durante o caminhar do animal, frequentemente observa-se incoordenação com movimentos de lateralização, que pioram quando o animal anda em círculos, para trás, com a cabeça erguida ou quando sobe e desce rampas. A doença é facilmente reconhecida pelo proprietário do animal, pois trás a queda do desempenho, tropeços ocasionais e relutância em movimentar-se.

O período de incubação da doença é variável. A habilidade de resistir à infecção está relacionada com o desafio e estresse ambiental. Os sinais clínicos de EPM são extremamente variáveis, dependendo da localização do Sarcocystis neurona no encéfalo ou na medula espinhal, bem como da gravidade das lesões provocadas pelo parasita e danos secundários provocados pela resposta inflamatória.

Mieloencefalite Protozoária tem cura?

A sobrevivência dos animais acometidos depende da severidade das lesões, sendo que, indivíduos com sinais clínicos severos têm maior probabilidade de entrar em decúbito permanente havendo necessidade da eutanásia. Nos animais que apresentam melhora clínica após o tratamento podem apresentar sequelas neuronais ou uma adaptação aos déficits remanescentes.

Como Mieloencefalite protozoária é diagnosticada?

A realização do exame neurológico fornece subsídios para o diagnóstico da EPM. A detecção precoce dos sinais clínicos é extremamente importante para o prognóstico, pois quanto mais rápida for a instituição da terapia, maior será a possibilidade de recuperação do paciente.

Na maioria dos casos suspeitos de EPM, a colheita de LCR e pesquisa de anticorpos contra Sarcocystis neurona é essencial para confirmar o diagnóstico.

A detecção de anticorpos contra Sarcocystis neurona no LCR de equinos portadores de incoordenação motora confirma o diagnóstico de EPM, quando outras enfermidades neurológicas ou osteomusculares tenham sido excluídas.

Tem tratamento?

O tratamento pode ser instituído mediante a administração de antimicrobianos que atuam diretamente sobre o parasita.

Em alguns casos é recomendado o uso de terapias adicionais, incluindo o uso de anti-inflamatórios, tratamento de problemas secundários e suplementação para compensar os efeitos adversos dos antimicrobianos.

Como evitar?

Para evitar a doença é necessário restringir o acesso de gambás às cocheiras e estábulos, medidas de higiene em depósitos de rações, cochos e bebedouros também são fundamentais para preservar os equinos da doença, uma vez que a ingestão de fezes do gambá é a principal forma de transmissão da EPM.

Fonte: Revista Pfizer

Adaptação: Escola do Cavalo