Éguas uruguaias vencem Marcha FICCC com 22 segundos de diferença

Marcha FICCC Gonzalo e Martin - Crédito Everton Souza Marita ABCCC
Marcha FICCC Gonzalo e Martin - Crédito Everton Souza Marita ABCCC

A resistência arquitetada em campos naturais há mais de cem anos permanece viva. É ela quem corre no sangue de cada Crioulo participante da Marcha da Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos (FICCC) – Luiz Carlos Cassal de Albuquerque, sediada no extremo sul do Brasil, em Jaguarão (RS).

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Dos 16 conjuntos brasileiros, além de nove integrantes uruguaios que dividiram a estrada nesses 750 quilômetros percorridos em 15 dias, 18 enfrentaram o desafio final dos 50 quilômetros livres neste sábado, 6 de julho. E com apenas 22 segundos de diferença, as éguas uruguaias Trampa Rumbeadora e Índia Del Valdez conquistaram o primeiro e segundo lugar geral, com os ginetes Gonzalo Souza e Martin Mattiauda.

Representando os hermanos uruguaios, os campeões da prova que encerra as atividades da internacional e itinerante Expo FICCC, realizada no Brasil, deixam seu legado ao completar o percurso em 56’14’’51 e 56’15’’12. Finalizando, assim, mais uma página na longa e singular história do Cavalo Crioulo. “São muitos dias, então é preciso estar concentrado. Para mim, o que importa é a competência e viver dia após dia buscando chegar no próximo. Eu acredito que por isso chegamos em 1º lugar, conhecendo bem a égua e atendendo às necessidades dela”, contou o cavaleiro Gonzalo, que promete competir na FICCC do Uruguai, em 2021, com outro exemplar.

E se engana quem pensa que a resistência é importante somente na Marcha, a mais antiga prova funcional da raça Crioula. Os três pilares (Morfologia, Freio de Ouro e Marcha de Resistência) se fortalecem com o tempo e caminham em perfeita harmonia. Conforme salienta o técnico, jurado e integrante da Subcomissão de Resistência da ABCCC, Luciano Correa Passos, a habilidade funcional somada à leveza e condições propícias para percorrer longas distâncias dão sustentação ao trabalho de campo e se colocam à prova em competições marcheiras. No entanto, também auxiliam diretamente no desempenho e capacidade de recuperação em disputas do Freio de Ouro. “Se pegarmos o ranking, a maioria dos animais que chegam em um domingo de Freio, tanto na linha baixa quanto na linha alta, na quarta ou quinta geração, têm o sangue marcheiro evidente”, complementa Passos.

“A toda pata e com saúde”. Assim descreveu o presidente do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos de Jaguarão, Guilherme Balhego, enquanto observava os últimos cavalos cruzando a linha de chegada, por volta das 11h da manhã. “Nós vimos a cavalhada da ponta fazer uma prova recorde no Brasil. E mesmo com um regulamento difícil como o da FICCC, o que se leva dessa Marcha é o ensinamento de que pessoas estão cuidando e priorizando seus cavalos”, disse. Fato confirmado pela Comissão Veterinária, liderado por Rafaela Jacques: “a consciência dos ginetes trabalhando os cavalos na estrada nos mostrou que estamos indo pelo caminho certo. A Marcha foi um espetáculo”, completou.

Marcha FICCC Gonzalo e Martin - Crédito Everton Souza Marita ABCCC
Marcha FICCC Gonzalo e Martin – Crédito Everton Souza Marita ABCCC

Em 2018, o desafio de promover a Expo FICCC em solo brasileiro, depois de nove anos acompanhando as provas nos demais países que integram a Federação, foi concluído com muito sucesso. Milhares de Cavalos Crioulos deixaram suas marcas e representaram seus países em um único local, através do Freio de Ouro, da Morfologia, das Paleteadas (Nacional e Internacional) e do Movimiento a La Rienda. Uma semana intensa, encerrada no dia 20 de maio de 2018, mas que guardava ainda no coração dos crioulistas a expectativa para as emoções finais, vivenciadas com a final da Marcha FICCC em Jaguarão/RS.

Esta edição também contou com os comissários Vinicius Gonçalves Rosa, Diogo Jaques, Guilherme Ballego Silveira e Luciano passos; Tropilheiro Dalvan Rostand; e ferreiro Wiston Gallo. A Marcha de Resistência conta com o apoio da Tortuga – Uma Marca DSM

Confira o resultado

Melhor Lombo, Melhores Condições de Seguir Marchando, Selo Racial, 1º lugar na categoria éguas e 1º lugar geral:
56:14:51 – Box 06 – TRAMPA RUMBEADORA
Ginete: Gonzalo Souza

2º lugar geral:
56:15:12 – Box 12 – ÍNDIA DEL VALDEZ
Ginete: Martin Mattiauda

3º lugar geral:
56:30:47 – Box 07 – CAPRICHOSA DEL METEJON
Ginete: Ivonir Silveira

4º lugar geral:
56:41:16 – Box 03 – JURUBEBA DO RINCÃO DA QUERÊNCIA
Ginete: Danilo Almeida

5º lugar:
53:43:17 – Box 08 – YARARA RUMBEADORA
Ginete: Martin Tafernaberry

Melhores Aprumos e 1º lugar – Cavalo Inteiro:
65:20:39 – Box 01 – CAMINERO LA ESCUELA
Ginete: Carlos Xavier

1º lugar – Cavalo Castrado:
59:48:42 – Box 24 – OCASO DA COXILHA ALTA
Ginete: Selton Martin

Foto: Everton Souza Marita/ABCCC/Divulgação
Texto: Marina Bonatti/ABCCC

 

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